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sexta-feira, 25 de março de 2011

Discas para escrever bem

24 Dicas para escrever bem


Você também é daquelas pessoas que passam o tempo preocupado por ter que escrever um relatório, um comunicado, uma carta, mas nunca se sentam para escrever, vivem arranjando uma ou outra desculpa para adiar a tarefa mais um dia, mais uma semana, como se tivesse que enfrentar um bicho-de-sete-cabeças? Então vamos rever alguns conceitos!
A escrita é, antes de tudo, uma forma de expressão!


1. Pense primeiramente no que significa escrever. Qualquer que seja o texto que você esteja escrevendo, ele precisa fazer sentido para você e para o leitor. Ele vai comunicar o que você está pensando, por isso deve ser escrito com objetividade e coerência, de modo que o destinatário receba a informação exatamente do jeito que pretendeu passar.
Em função do sentido é que você vai se preocupar com a forma. Porque sempre há um jeito preciso para transmitir uma determinada idéia em um determinado momento, assim como há palavras apropriadas para estabelecer a ligação entre as idéias, fazendo o texto fluir com clareza.
Quanto mais atenção você der a seu texto, quanto mais tempo tiver para trabalhar suas idéias, melhor será o resultado do seu processo de escrita. E quanto mais você escrever, mais prazer vai ter em escrever.

2. Comunique-se por escrito com naturalidade. Quando você está ao lado de pessoas conhecidas, certamente se expressa com naturalidade, sem se preocupar em recorrer a um vocabulário que não domina, ou em construir frases invertidas, cheias de figuras de linguagem ou construções que lembram autores do início do século 18. Na comunicação oral, você se expressa com naturalidade, encadeando as frases umas às outras, procurando ser coerente ao expor suas idéias.
Assim também deve agir quando escreve. A única diferença é que você não tem à sua frente o destinatário da sua mensagem, não pode perceber de imediato se ele está ou não compreendendo o que você diz. Logo, o que você precisa na hora de escrever é construir seu texto de tal maneira que quem o leia possa compreender com facilidade o que você quis transmitir. E é claro que, se você é uma pessoa cuidadosa com a sua linguagem oral, será ainda mais com a sua linguagem escrita.

3. Diminua a ansiedade. Muitas pessoas fazem do ato de escrever um bicho-de-sete-cabeças porque querem ter um texto absolutamente perfeito: criativo, original, coerente, coeso, claro, objetivo, com todas – absolutamente todas – as regras gramaticais rigidamente obedecidas, para que, ao ser lido, ninguém faça nenhum comentário que possa comprometê-lo.
Se você também pensa assim, é claro que deve ficar ansioso toda vez que precisa escrever um texto. Porque um texto escrito é, antes de tudo, algo que aperfeiçoamos com o tempo. Melhor ainda: o texto é algo que não deveria nunca ser visto como algo pronto, definitivamente acabado. Um texto é algo que está sempre em construção. Tanto que, ainda quando atende a todas as normas de formato e escrita, pode ser objeto de críticas e avaliações, como ocorre, muitas vezes, com trabalhos de conclusão de curso e até mesmo com livros de autores consagrados.
Portanto, se tiver que escrever um texto, comece a agir com naturalidade. O primeiro passo é sentar e começar a escrever. Melhor ainda se você puder começar a escrevê-lo com antecedência. Assim vai poder aprimorá-lo a cada dia, deixando-o, aos poucos, do jeito que você quer.

4. Escreva logo o que precisa escrever. Se você também está sempre adiando o momento de escrever porque nunca sabe por onde começar, ou porque teme como os outros vão avaliar seu texto se não utilizar todas aquelas regras que aprendeu na escola durante as aulas de Português, uma boa dica é começar a colocar no papel as idéias que estão lhe surgindo sobre o assunto como se fosse enviá-las para alguém com quem você costuma conversar, ou até mesmo escrever e-mails, manifestando seu ponto de vista a respeito de determinados assuntos.
Se você começar a escrever para uma pessoa amiga, simulando uma interlocução, bem mais rápido do que imagina terá colocado no papel as idéias com fluência, interligadas umas às outras num texto coeso e coerente. Aí, então, bastará fazer as adequações necessárias para a finalidade a que de fato seu texto se destina.

5. Desenvolva o hábito de escrever. Uma maneira de começar a desenvolver a capacidade de escrita é relatar, diariamente, dez ou 12 linhas sobre algo que tenha chamado sua atenção. Pode ser um fato muito importante ou simplesmente algo circunstancial que tenha chamado sua atenção. Deixe passar alguns dias e releia o que escreveu. É bem provável que sinta vontade de fazer algumas correções, algumas alterações, ainda que não pense em mostrá-lo para ninguém, simplesmente porque, no íntimo, sente necessidade de escrever sempre da melhor forma possível.
Bem mais cedo do que imagina, você terá muita coisa escrita e – o que é melhor – terá desenvolvido o hábito de escrever com naturalidade. Você vai gostar tanto da experiência que é possível até querer criar um blog (um diário virtual) para registrar as impressões sobre os fatos que mais chamaram sua atenção, compartilhando-as com outras pessoas.

6. Desenvolva o prazer de escrever. Você já parou para pensar como seria o mundo sem a linguagem escrita? Se não houvesse tanta gente escrevendo livros, artigos, reportagens, matérias científicas, relatórios, cartas, comunicados? Se não houvesse tantas pessoas dispostas a expressar sua opinião sem uma excessiva preocupação com o que poderiam dizer a respeito de seus textos?
Felizmente há muita gente escrevendo, compartilhando idéias e pontos de vista. Provavelmente essas pessoas que escrevem também passaram pelo mesmo processo de escrever que você passou na escola ou que está passando agora. É provável também que muitas pessoas tenham vivido um processo tão prazeroso de escrever que resolveram fazer deste prazer sua profissão. Estão aí os escritores, os publicitários, os jornalistas dando seu exemplo. E eles constituem uma boa fonte para que aprendamos a escrever bem.

7. Aproveite bem a leitura para a sua escrita. Quando lemos com a preocupação de extrair do texto elementos que possam contribuir com nossa atividade do dia-a-dia, ou mesmo contribuir com o texto que precisamos escrever, terminamos a leitura levando conosco um ou mais pontos de reflexão, tentando não só reter as novas informações com que entramos em contato, mas também procurando relacioná-las com outras informações que já tínhamos a respeito do mesmo assunto.
Um bom jeito para aproveitar o máximo de uma leitura, além de registrar as informações, é observar a forma como o autor escreveu, procurando detectar as partes que compõem o texto e o modo como foram construídas as frases da introdução, do desenvolvimento e da conclusão.

8. Desenvolva um bom vocabulário. Um bom vocabulário se consegue com boa leitura, com o hábito de registrar as informações e as palavras novas adquiridas com o contato com bons textos. Um outro processo de desenvolver o vocabulário é utilizar os bons dicionários de sinônimos, que trazem, além de palavras de iguais sentidos, as explicações gramaticais para plurais que não seguem o padrão geral, para a conjugação dos verbos irregulares e outras afins. Mas, além deles, há muitos outros a que você pode recorrer: os de antonímia , para os antônimos; os analógicos , para termos ou idéias afins; os de regência , para saber quais são as preposições que acompanham os verbos e os nomes em função de seus significados; os etimológicos , para conhecer a origem das palavras, as transformações sofridas por elas ao longo da história; os gramaticais ; os de pronúncia correta ; os técnicos , específicos a cada profissão, entre muitos outros. E, é claro, pode utilizar também o dicionário eletrônico, se tiver o hábito de escrever diretamente no computador. Deixe-o sempre ativado: ele é uma excelente ferramenta não só para sinônimos como também para a grafia correta, o uso de preposições adequadas e mesmo para informar a conjugação correta de alguns verbos que podem lhe causar dúvidas.
Características gerais do texto.

9. Familiarize-se com o texto. Toda comunicação, oral ou escrita, se dá em forma de texto. As conversas, os diálogos, as apresentações em público, o relato da visita a um lugar interessante, o comentário de um filme, o bate-papo com os amigos são todos exemplos de textos, porque são unidades de comunicação coerentes, desenvolvidas em torno de um assunto, têm uma seqüência, uma organização, uma intencionalidade, apresentam um significado para os interlocutores num determinado contexto ou numa determinada situação.
Sempre que você lê um texto, mesmo que não se dê conta, está em contato com algumas características básicas muito importantes para a sua organização, dentre elas, a situacionalidade ou contextualidade; a intencionalidade; a informação; a coerência e a coesão.
Verificar, principalmente, se um texto situa o leitor, se traz informações pertinentes, se tem coerência e coesão é muito importante para que ele seja aceito por diferentes leitores.

10. Deixe o leitor a par do que você está tratando. Freqüentemente dominamos tão bem um determinado assunto que, quando vamos escrever sobre ele, pensamos que a pessoa que o vai ler tem o mesmo domínio que nós temos, e aí, deixamos de situar o leitor em relação ao que estamos querendo transmitir.
Ainda que você acredite que quem vai ler o seu texto tenha um bom conhecimento sobre o assunto, não deixe de escrever algumas linhas iniciais para familiarizá-lo. E mais: não pule etapas, pensando que vai dizer o óbvio, que isso o leitor já sabe. Pense sempre que o leitor não pode nunca adivinhar o que você está pensando. Ele só pode entender seu texto a partir do que foi escrito.

11. Manifeste (ou simule) sua intenção. Quer seja o texto oral, quer seja o texto escrito, ele sempre é desenvolvido em função de uma intencionalidade do autor. Esta intencionalidade muitas vezes vem explícita, como é o caso, por exemplo, dos comunicados, que costumam trazer bem claros os seus objetivos. Outras vezes esta intenção vai sendo descoberta aos poucos, por uma leitura atenta, feita até mesmo nas entrelinhas, como é o caso de muitas crônicas, de muitos contos.
Quando estiver escrevendo, pense se vale a pena explicitar suas intenções logo no início ou deixar que o leitor as descubra pouco a pouco, à medida que for lendo o seu texto... Mas não se esqueça de que a opção por manifestar ou simular sua intenção vai depender do objetivo do texto, da sua finalidade e do seu destinatário.

12. Seja claro ao apresentar informações. Uma das principais funções dos textos, sem dúvida alguma, é informar. Ainda quando você recebe informações pelo rádio, ou pela televisão, elas chegam até você em forma de textos. Por isso, se elas não forem atuais, precisas e verdadeiras, os veículos de comunicação podem perder credibilidade e audiência. Isso também vale para quem escreve.
Ao transmitir informações a respeito de um assunto que conhece bem, você pode escrever o texto diretamente, sem fazer nenhum tipo de consulta. Contudo, quando se trata de algo de que não tem pleno conhecimento, você deve recorrer à pesquisa, consultar fontes que apresentem os diversos aspectos que o tema envolve e transmiti-los com clareza.

13. Faça bom uso de outros textos. Sempre que conversamos ou escrevemos, mesmo sem perceber, estamos fazendo uso de outros textos que já lemos ou já ouvimos, porque construímos nossos pontos de vista a partir do contato que temos com outras formas de ver o mesmo tema.
Quando bem usados, especialmente de forma explícita, trechos e citações de autores conhecidos podem dar um maior peso a suas palavras, se precisar, por exemplo, defender um determinado ponto de vista em torno de um tema polêmico. Por isso é sempre bom anotar frases que você leu e chamaram sua atenção, para poder recorrer a elas quando julgar conveniente. Mas lembre-se sempre de citar os nomes de seus autores.

14. Seja coerente. Uma das qualidades imprescindíveis para se ter um bom texto é a coerência. As idéias precisam estar todas muito bem relacionadas, do início ao fim. Só assim você pode garantir que ele terá um bom sentido e será bem-aceito pelos leitores. Por isso esteja sempre atento a tudo o que você escreve, releia várias vezes o seu texto, até mesmo em voz alta, para checar se está sendo coerente ao expor suas idéias, se não está caindo em contradição em nenhum momento.

15. Ligue bem as idéias. Além de apresentar coerência, um texto tem que apresentar coesão, ou seja, todas as partes precisam estar muito bem interligadas. Para estabelecer a relação entre as palavras, escolha preposições que transmitam exatamente o que você quer dizer. Se você escrever: Acabou de ler o relatório, passará a idéia de término, conclusão, mas se escrever: Acabou por ler o relatório, passará a idéia de ter sido levado a ler.
Você também pode recorrer aos pronomes, por exemplo, para relacionar duas frases: Henrique chegará mais tarde. Ele precisou ir ao médico . Ou, ainda, ligá-las com uma conjunção: Henrique chegará mais tarde porque precisou ir ao médico. Já para ligar um parágrafo ao outro, dependendo da idéia que pretende transmitir, você pode utilizar: por isso , em vista do exposto ; porque , por causa disso , por esse motivo ; contudo , porém , entretanto ; quando , logo que , assim que ; conseqüentemente, portanto , assim , logo etc.
E também aqui a leitura em voz alta ajuda a perceber se as idéias estão bem interligadas.

16. Faça com que seu texto seja sempre bem aceito. Você não precisa ter o domínio de todas as técnicas de escrever para que seu texto tenha boa aceitação de seus leitores, mas sem dúvida precisará estar atento para que ele transmita de forma coerente, coesa e clara a sua mensagem, além, é claro, de estar atento a algumas regras gramaticais.

A construção do texto

17. Comece por um bom planejamento. Todo texto exige planejamento. Antes de começar a redigir, registre, por frases ou tópicos, as idéias que tem a respeito do assunto. A seguir, delimite o tema. Pense no objetivo de seu texto: qual a finalidade? O que pretende informar? É provável que esteja escrevendo em função de um determinado problema. Anuncie-o. Delimitado o assunto, traçado o objetivo e enunciado o problema, planeje a contextualização, para situar o leitor em relação ao que vai tratar. Tudo o que você preparou até aqui pode ser colocado no item introdução . Prosseguindo, selecione entre todas as idéias que você inicialmente registrou as informações que podem atender a seus objetivos e dar conta do problema formulado. Reveja-as: são suficientes? Algumas podem ser eliminadas? Haveria outras a acrescentar? Coloque-as em forma de tópicos no item desenvolvimento . Finalmente, em função de tudo que planejou, pense nas frases que constituirão a conclusão.

18. Recorra a bons argumentos. Quando o objetivo é convencer o leitor, é preciso trabalhar bem os argumentos para que o texto não seja impregnado de “achismos”, que não levam a lugar algum. Recorrer a fatos é um bom recurso para argumentar. Outros recursos que você pode utilizar são os exemplos , os dados estatísticos , as ilustrações (fotos, quadros, figuras), os testemunhos (especialmente de quem tem autoridade sobre o assunto que você está expondo) e os depoimentos que podem confirmar suas declarações.

19. Observe bem as partes de seu texto. Além de todas as características já mencionadas, convém lembrar que o texto é uma unidade temática constituída de introdução, desenvolvimento e conclusão , ainda quando estas partes não vêm nomeadas. Para atingir plenamente seus objetivos e ser bem-aceito por quem o lê, as três partes devem estar intimamente relacionadas e articuladas em função do tema proposto. Na introdução você deve expor sucintamente o tema, os objetivos, a idéia geral do texto e, algumas vezes, o modo (a metodologia) de tratar o assunto. O desenvolvimento é a parte em que as idéias apresentadas genericamente na introdução são desenvolvidas, ou seja, onde você, de fato, faz a explanação do tema, do motivo ou da idéia sugerida inicialmente, só que agora com detalhes, fatos, exemplos, estatísticas, testemunhos e outros aspectos pertinentes. Para a conclusão , você construirá frases que indicam o término, o desfecho do texto.

20. Dê especial atenção aos parágrafos de seu texto. Se você construir bons parágrafos, com certeza construirá bons textos. Um bom jeito é iniciar o parágrafo pela idéia principal. Por exemplo: A população ainda sente insegurança quando se lembra dos acontecimentos que pararam a cidade de São Paulo em maio. Depois desenvolverá esta idéia principal com outras relacionadas ao que você está expondo, terminando-o com uma frase conclusiva formada por palavras que transmitem idéia de encerramento: assim , portanto , por isso , desta forma ou outras semelhantes. Qualquer que seja o modo como você inicia o parágrafo, é preciso desenvolvê-lo dando conta do que foi proposto na introdução, cuidando sempre para que uma frase dê continuidade a outra, para que a idéia principal seja bem explanada. Também é bom evitar parágrafos muito longos, pois podem tornar a leitura cansativa.

21. Articule bem as partes e os parágrafos. O texto todo é uma unidade de sentido em que as partes devem estar bem articuladas. E isso você pode conseguir utilizando algumas expressões que permitem a transição de uma idéia principal a outra, quer seja para os parágrafos do desenvolvimento, quer seja para os parágrafos da conclusão: dessa forma , em razão do exposto , em se tratando deste mesmo assunto , a seguir , a propósito , além disso , aliás , por outro lado , porém , mas , conseqüentemente , por fim , portanto , em síntese , resumindo ...
Qualidades gerais do texto.

22. Utilize linguagem simples e cortês. Se você estiver escrevendo um relatório, certamente vai se utilizar de termos específicos da sua área. Contudo, se estiver escrevendo um texto para um público que não domina a linguagem técnica da sua área, precisará tomar cuidado não só com as palavras que utiliza, mas também com o jeito como escreve, porque o estilo contribui muito para a aceitabilidade de um texto. Também não é bom tentar convencer ninguém a respeito de suas idéias com uma linguagem arrogante, impositiva. Pode ter certeza de que você atingirá seus objetivos com um estilo mais neutro, menos pessoal, mais cortês.
Um bom jeito de verificar se seu texto será bem aceito é deixá-lo guardado uns dois dias e depois lê-lo em voz alta. Você mesmo avaliará se a linguagem é adequada ou não. Considere ainda que todo texto polêmico deveria permanecer descansando pelo menos uma noite antes de ser enviado a seu destinatário.

23. Observe se a linguagem está adequada à situação. Assim como a linguagem oral, a linguagem escrita admite variações em função do destinatário, do ambiente e da finalidade do texto. A redação do e-mail para os amigos não é a mesma do trabalho acadêmico; o texto jornalístico não tem o mesmo tom do informe publicitário; o manual de instrução não segue o padrão lingüístico do artigo científico; o tom da carta do diretor de banco para a namorada não é o mesmo da carta que envia para os clientes; o texto do aluno não traz as abreviações que utiliza com os amigos internautas; o bilhete que a mãe deixa para a filha é diferente do que escreve para os pais de alunos da escola onde é coordenadora.
Este é um detalhe que você deve observar quando escreve: utilizar uma linguagem mais descontraída nas situações informais; perseguir um estilo mais formal quando a situação assim o exigir.

24. Por fim, preocupe-se com a correção gramatical. Como o que escrevemos revela quem somos – é uma forma de o leitor compor uma imagem a nosso respeito – torna-se muito importante observarmos algumas normas gramaticais para que a mensagem seja bem aceita por todos. Isso não significa que elas ditarão o que devemos ou não devemos escrever, que limitarão nossa expressividade, mas sim que ajudarão a melhorar a qualidade de nossa redação.
Por isso, antes de enviar seu texto ao destinatário, leia-o atentamente. As palavras foram bem utilizadas? A pontuação está correta, não está dando margem a ambigüidades? Foram respeitadas as regras de regência, de concordância, de colocação pronominal? Não custa verificar em uma gramática os aspectos que ainda lhe causam dúvidas.
A propósito, não confie cegamente no corretor ortográfico e no corretor gramatical do seu computador. Ele vai apontar, por exemplo, que a grafia “insipiente” está correta. Mas se você escrever a seu chefe que, “apesar de insipiente, ele pode confiar no seu projeto”, vai correr um grande risco. Porque você estará passando a ele a idéia de algo insensato, feito sem cautela, de forma imprudente. Se realmente queria escrever que seu projeto está no começo, deveria escrever “incipiente”. Como você vê, a simples grafia, neste caso, faz uma grande diferença! Assim como escrever bem pode fazer uma grande diferença na sua vida pessoal e profissional.

* Edna Maria Barian Perrotti é doutora em Lingüística Aplicada , professora de leitura e redação em cursos de graduação e pós-graduação, consultora em língua portuguesa e autora do livro Superdicas para escrever bem diferentes tipos de texto (Editora Saraiva).

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